quarta-feira, 21 de abril de 2010
Origem da festa das cruzes
A festa da cruzes constituindo a primeira grande romaria minhota a Festa das Cruzes remonta ao séc. XVI, mais concretamente ao ano de 1504.
A LENDA DO SAPATEIRO
Está esta festividade relacionada com uma lenda do Milagre das Cruzes da qual existem duas versões ligeiramente diferentes. Segundo a primeira não só é possível localizar a narrativa no tempo -20 de Dezembro do referido ano (1504) - como referir o nome e profissão da personagem principal nela envolvida - João Pires, sapateiro.
Consta que, nesta data, o referido sapateiro teria sido protagonista de uma estranha visão (aparição).Traçada na terra e sem qualquer intervenção humana, surgiu-lhe uma cruz negra.
Que razões teriam sido atribuídas a tão insólito "milagre"?
As virtudes do sapateiro? Um aviso de Deus? Nada a este respeito se sabe. O que consta, como certo, é que o aparecimento da cruz, traçada por mão invisível, se passou a repetir todos os anos apenas com uma pequena alteração - de Dezembro passou a ocorrer nos primeiros dias de Maio. O local em que, ainda segundo a tradição, se verificou este fenómeno, teria sido o campo hoje designado de Campo da Feira, talvez lugar fronteiriço à casa do sapateiro João Pires.
A segunda versão diz - nos que o sapateiro estaria a trabalhar num dia santificado quando surgiu uma cruz marcada no chão e nela a figura de Jesus crucificado. Teria sido a forma de Deus lhe mostrar o pecado que estava a cometer trabalhando num dia consagrado ao Senhor. Segundo esta versão o milagre ficaria a dever-se à falta do cumprimento de uma lei da Igreja e não às virtudes do sapateiro.
Como acontece sempre que algo com raízes de sobrenatural ou inexplicável sucede, não faltaram, de imediato, romeiros que se deslocaram até ao local milagroso não apenas com o intuito de "ver para crer" como movidos pela crença, pela fé, e para orar, e cumprir promessas. Ainda hoje há quem afirme que se vêem cruzes pintadas no chão. Outros fazem uma descrição mais pormenorizada deste fenómeno: a cruz não aparece de imediato; primeiro surge uma grande mancha que depois, muito lentamente, vai ganhando a forma nítida de uma cruz.
DA ERMIDA AO TEMPLO
Provavelmente com os donativos dos romeiros foi erguida uma ermida a perpetuar o Milagre das Cruzes em honra do Senhor da Cruz às Costas. No seu interior foi colocada uma imagem representando o Senhor Jesus com a cruz às costas adquirida propositadamente em Flandres por um mercador barcelense. Só mais tarde foi erguido um templo que veio a substituir a ermida primitiva. De estrutura barroca e inspiração italiana, forma octogonal, bela balaustrada e cúpula começou a ser edificado em 1705. Três anos mais tarde estava concluído (1708) sendo para lá transferida a imagem flamense do Senhor da Cruz.
Assim surgiu o Templo do Senhor da Cruz também conhecido por Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz.
LENDA DAS "CRUZES IRMÃS"
Para além das lendas anteriormente relatadas existe ainda uma outra relacionada com o Milagre das Cruzes.
Em tempos muito remotos, países protestantes do Norte lançaram nas águas revoltosas e salgadas do mar três imagens do Senhor dos Passos. Arrastadas pelas ondas e correntes, as imagens foram ter a diferentes localidades do nosso País - uma teria aparecido em Matosinhos, outra na praia de Fão e a terceira, abandonando o mar e penetrando nas águas doces e então límpidas do Cávado, teria subido o rio dando à margem em Barcelos. Depois... olhos atentos, observadores, a viram! Mãos piedosas a recolheram e transportaram para a ermida do Senhor da Cruz.
Lenda, crença ou realidade o facto é que esta versão traçou alguns laços de irmandade entre as populações de Barcelos, Matosinhos e Fão e que originou o canto popular que se segue:
“O Senhor de Matosinhos
Mandou dizer ao de Fão
Que dissesse ao de Barcelos
Que eram todos irmãos”
Tendo como base de suporte a lenda das "cruzes irmãs” acredita o povo que a imagem recolhida nas águas do rio jamais poderá ser retirada do local onde fora colocada. Assim crendo, o povo barcelense mandou esculpir em Roma, em 1875, uma outra imagem representando o Senhor dos Passos, cuja autoria se atribui a um escultor italiano de seu nome Jeuseppe Berardi. É esta imagem que devidamente engalanada em seu andor sai na procissão do Senhor dos Passos, quando da FESTA DAS CRUZES, em Barcelos, no dia 3 de Maio.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
7 maravilhas de Barcelos
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Tipos de turismo
Turismo de recreio
Este tipo de turismo é praticado pelas pessoas que viajam para «mudar de ares», por curiosidade, ver coisas novas, desfrutar de belas paisagens, das distracções que oferecem as grandes cidades ou os grandes centros turísticos. Algumas pessoas encontram prazer em viajar pelo simples prazer de mudar de lugar, outras por espírito de imitação e de se imporem socialmente.
Turismo de repouso
A deslocação dos viajantes incluídos neste grupo é originada pelo facto de pretenderem obter um relaxamento físico e mental, de obterem um benefício para a saúde ou de recuperarem fisicamente dos desgastes provocados pelo «stress», ou pelos desequilíbrios psicológicos provocados pela agitação da vida moderna, ou pela intensidade do trabalho.
Para eles, o turismo surge como um factor de recuperação física e mental e procuram, por via de regra, os locais calmos, o contacto com a natureza, as estâncias termais ou os locais onde tenham acesso à prestação de cuidados físicos.
Turismo Cultural
As viagens das pessoas incluídas neste grupo são provocadas pelo desejo de ver coisas novas, de aumentar os conhecimentos, de conhecer as particularidades e os hábitos doutras populações, de conhecer civilizações e culturas diferentes, de participar em manifestações artísticas ou, ainda, por motivos religiosos.
Os centros culturais, os grandes museus, os locais onde se desenvolveram no passado as grandes civilizações do mundo, os monumentos, os grandes centros de peregrinação ou os fenómenos naturais ou geográficos constituem a preferência destes turistas.
Turismo desportivo
Hoje as motivações desportivas respeitam a camadas cada vez mais vastas das populações de todas as idades e de todos os estratos sociais, quer se trate de assumir perante as actividades desportivas uma atitude passiva, quer activa. O objectivo destes turista é a assistir às manifestações desportivas mundiais, como por exemplo os jogos Olímpicos, jogos de Inverno.
Turismo de negócios
As profissões e os negócios têm como consequência movimentos turísticos importantes e de grande significado económico, hoje extraordinariamente desenvolvido pelo crescente grau de internacionalização das economias e das empresas, pelo aumento das reuniões científicas e pela proliferação de manifestações de divulgação de produtos, como as feiras e as exposições. Do mesmo modo, constituem frequentemente ocasiões para viajar as visitas aos grandes complexos industriais ou técnicos e às explorações agrícolas ou pecuárias bem como a participação em congressos.
Turismo de saúde
Termalismo
O termalismo é praticado desde, pelo menos, os tempos da ocupação romana. As qualidades terapêuticas das águas foram desde então utilizadas, tendo atingido, a nível europeu o seu maior desenvolvimento, nos séculos XVIII e XIX.
Talassoterapia
Os centros de talassoterapia atraem cada vez mais clientes, quer por motivos de saúde (curativos ou preventivos), quer para consumo de produtos “manter a forma”.
Turismo religioso
O Turismo religioso tem normalmente três tipos de abordagem:
A abordagem espiritual – o turismo é um meio do indivíduo se aproximar de DEUS. O participante encara a peregrinação como parte integrante da sua prática religiosa. Aquele que realiza esta viagem pode, a qualquer instante, tocado pela emoção do lugar ou pelo espírito que o habita, converter-se a esta fé.
A abordagem sociológica – o turismo religioso é um meio para o crente conhecer melhor a história do grupo a que pertence.
A abordagem cultural – a visita a lugares de culto e a santuários é um modo do indivíduo, crente ou não, compreender as religiões, que influenciam as nossas sociedades, no plano histórico, sociológico e simbólico.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Visita ao posto de turismo
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
LENDA DO GALO DE BARCELOS
Segundo esta lenda, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava credível que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela em cumprimento duma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca.
Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:
- É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Risos e comentários não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. Imediatamente solto, foi mandado em paz.
Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor à Virgem e a São Tiago.